Companhias que adotam a diversidade tendem a superar suas concorrentes, de acordo com estudo realizado na América Latina
Se a promoção da equidade de gênero é um tema relativamente novo dentro de algumas empresas, a realidade mostra que o assunto deve ser tratado com urgência e seriedade. No setor industrial, por exemplo, os últimos dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) indicam que apenas 24,2% do total de trabalhadores do setor são mulheres. Mas há exemplos de boas práticas nesse sentido ganhando força. Na Neodent, indústria brasileira da área odontológica, as iniciativas que valorizam a diversidade demonstram que as ações internas para a equidade de gênero têm surtido efeito ao ultrapassar o panorama geral.
Atualmente, 45% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres na Neodent e o objetivo é que até 2026 esse número seja de 50%. Outro dado que aponta a consistência dessa busca pela equidade é que 47% do quadro geral de colaboradores é formado por mulheres.
Diversidade que leva ao crescimento
Empresas comprometidas com a paridade de gênero ganham não apenas com diversidade, mas em competitividade. Um estudo da McKinsey & Company sobre diversidade corporativa na América Latina mostra que as empresas percebidas pelos funcionários como sendo diversificadas em termos de gênero têm probabilidade 93% maior de superar a performance financeira de suas concorrentes, porque tendem a ultrapassar outras em inovação, colaboração, liderança, trabalho em equipe e melhor retenção de talentos.
Uma pesquisa promovida pela ONU Mulheres também demonstrou os impactos positivos da diversidade de gênero nas instituições, tanto em métricas financeiras (como preço da ação negociada em bolsa, retorno sobre investimentos e EBITDA) quanto não financeiras (como reputação, turnover, inovação e retenção de talentos). Esse documento permitiu constatar que existe uma relação intrínseca entre inclusão de gênero e crescimento de empresas, de acordo com estudos de diversas empresas de consultorias que foram utilizados como base para revisão literária.
Essa pesquisa apontou que houve um aumento no retorno sobre investimento e na margem EBIT, de 44% e 47% respectivamente, em empresas com mais mulheres nos seus comitês, no comparativo com empresas que só tinham homens em seus comitês executivos. Esses fatores resultam em um índice favorável de saúde organizacional e, consequentemente, em melhor performance financeira, corroborando para a tese de outro estudo da consultoria que identificou um retorno três vezes maior para o acionista.
“O objetivo é ter espaço para que as mulheres cresçam e se desenvolvam como profissionais, acreditamos no potencial das nossas colaboradoras e sabemos da importância de desenvolver novas líderes para o fortalecimento desta cultura”, conta a diretora sênior de Comunicação e Responsabilidade Corporativa da Neodent, Raphaela Borba. “Ao trazermos a diversidade para fortalecer a empresa, ajudamos a ampliar essa visão de que todas as pessoas podem se desenvolver como lideranças. Temos gestoras em todos os setores e queremos que os colaboradores saibam que suas competências serão valorizadas”, afirma Raphaela.
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